terça-feira, 3 de abril de 2012

O dia que o coração ficou em casa

No último sábado tivemos um casamento para ir. E aí, levar ou não a Gabriela?

É óbvio que tudo é mais gostoso quando a gente pode dividir com ela, mas vamos ser práticos. Seria impossível assistir à cerimônia com ela. Não aproveitaríamos a festa totalmente se tivéssemos que ficar andando atrás dela. Ela até ia se divertir, mas quando começasse a sentir sono ficaria super incomodada. Então, por que fazê-la passar por isso se ela poderia muito bem ficar em casa com a avó?

Em 1 ano e 6 meses essa foi a primeira vez que a deixamos com alguém para sair. Na verdade, ano passado no nosso aniversário de casamento, a deixamos com a vovó mas só fomos almoçar e voltamos. E também na época da festa de aniversário dela, a deixamos com a vovó na parte da manhã para comprar as flores na Cadeg. Mas, passar a noite sem ela foi a primeira vez!!

Se arrumar e sair de casa levando só uma bolsinha já foi estranho. Ver crianças na festa dava um aperto no peito. E ficava o tempo todo pensando "O que será que ela está fazendo agora?" . Depois de ligar para a vovó uma dezena de vezes, achamos melhor parar. Qualquer coisa ela ligaria.

Chegar em casa só nós dois e não ter que dar banho, fazer mamadeira e colocar para dormir. Dormir sem o barulhinho da babá eletrônica. E, acordar quando o sono acabou. Na verdade eu dormiria bem mais, mas estava louca para ir buscá-la.

E ela? Ela ficou com a minha sogra e os primos. Deixá-la foi fácil porque tinha os primos para distraí-la e eu já estou craque em sair de fininho. Faço isso todos os dias na creche. Mal chegamos à portaria e já ligamos para saber como ela estava. Perguntou pela gente, eles disseram que já voltaríamos e ela continuou brincando. Jantou bem. Dormiu bem. Não estranhou nada. De vez em quando perguntava sobre a gente, eles davam uma desculpa qualquer e ela aceitava numa boa. Quando chegamos de manhã para buscá-la ela deu um gelinho na gente. Nos viu, virou a cara e foi passear pela casa mostrando que conhecia aquilo tudo e que não estava nem ai. Aos poucos foi se chegando... Mas, eu achei ótimo. Ela estava bem, se sentindo segura e feliz. E o melhor, passar o dia com a vovó fez o relacionamento delas ficar ainda mais forte. À noite voltamos à casa da minha sogra para lanchar e ela ficava o tempo todo chamando a avó, puxando pela mão, toda feliz.

Em resumo, valeu a pena deixá-la com a avó. Mas, aquele sentimento de que estava faltando alguma coisa ficou comigo o tempo todo. Eu li em algum lugar, agora não estou lembrando onde, uma mãe dizendo que sair sem o filho era como deixar o coração em casa. É isso, no sábado, eu deixei meu coração na casa da vovó.




Gabi com 1 ano.

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