Ainda tem alguém aí???? Eu sei, sumi. Fim de férias, muito trabalho, volta à escola, pouco tempo... Aquelas desculpas de sempre... Mas, estou de volta e espero não sumir novamente.
No final do ano passado fizemos uma viagem e foi a primeira vez que a Gabi andou de avião. Foi também a primeira viagem que passaríamos bastante tempo passeando, entra e sai de carro, dormindo em lugares diferentes, comida diferente e a gente não tinha a menor ideia de como ela reagiria a tudo isso. O resultado foi bastante positivo! Ela não só se comportou MEGA bem, como nós temos certeza de que ela aproveitou bastante!
Sempre que tínhamos uma oportunidade de viajar ficávamos com medo de viajar com ela. Achávamos que ela era nova demais, que daria muito trabalho e tinha a questão da gente acreditar que ela acharia tudo chato e levá-la seria jogar dinheiro fora. Tenho um amigo que nunca deixou de viajar e sempre carregou o filho com ele, desde bem pequeno. Eu achava que era besteira, exatamente porque eu achava que a criança não se lembraria de muitas coisas e não aproveitaria nada. Mas, ele sempre me dizia que mesmo que o filho dele não aproveitasse, ele estava curtindo a viagem com o filho e essas lembranças ficariam com ele pra sempre. Durante a minha viagem eu lembrava dessas palavras o tempo todo. Gabi foi o centro das atenções da viagem. A palhaça do grupo! Um monte de acontecimentos engraçados e eu tentei anotar tudo para que ela, quando crescer, possa ter uma ideia de como foi a sua primeira viagem. Em resumo: deu trabalho, mas valeu MUITO a pena! A gente não vê a hora de colocar o pé na estrada com ela novamente.
O avião
Viajar de avião é beeeem chato, mesmo sem criança. Carregar malas, enfrentar filas, tirar casaco, sapato, passar pelo raio x, ficar horas sentado em uma posição super desconfortável, comer mal para finalmente chegar ao seu destino. Viajando com criança, a diferença é que a gente tem mais malas, um carrinho e a criança! Gabi se comportou super bem e não deu trabalho nenhum. Só não quis usar o carrinho que passou a ser um carrinho de bagagem. Dormiu praticamente o voo todo e no período que estava acordada comeu seus biscoitos, mamou e ficou assistindo a filmes no ipad.
Dicas: Leve as comidas que o seu filho goste, não aposte nas comidas do avião. Se nem a gente consegue comer aquilo direito, imagina eles. Leve brinquedos, livros ou o filminho que ele está acostumado. Qualquer coisa que você sabe que vai acalmá-lo. A Dinda levou um presente surpresa para ser usado num momento de desespero. Também é uma dica legal. Teve um momento em um dos voos que ela ficou muito agitada porque estava cansada. A Dinda deu o presente a ela e ela ficou entretida com aquilo e se acalmou. Na ida a aeromoça nos deu um extensor do cinto de segurança e ela ficou sentada no colo do pai durante a decolagem e o pouso, apesar de ter sua própria cadeira. Ela não estava com medo, mas se sentiu mais segura. Na volta, a aeromoça não quis deixar que ela viajasse assim e insistiu que ela fosse na sua própria cadeira. Ela relutou bastante, mas acabou cedendo. No fim da viagem já estava toda boba contando para todo mundo que ela já sabia colocar o cinto sozinha. Ela dormiu deitada com a cabeça no meu colo e os pés no colo do pai. No meio da noite a gente escuta um barulhinho de choro e ela estava caída no chão, entre as poltronas. Não se machucou nem nada, foi só um susto, mas depois disso ela ficou presa no cinto até na hora de dormir. Conversando com amigos na volta descobri que isso é mais normal do que parece, então fica essa dica também: cinto sempre!
Dormindo no avião. Antes de cair...
Vendo filminho com o papai.
Carro
Viajar de carro é mais tranquilo. Você pode parar de vez em quando para alongar as pernas, comprar uma comidinha diferente e tem toda a paisagem na janela para entreter a criança. Fizemos alguns passeios de carro, como éramos 9 pessoas alugamos um daqueles carros grandes, tipo van. Gabi viajou o tempo todo na cadeirinha. Reclamou algumas vezes por causa do entra-e-sai no carro e às vezes tínhamos que brigar para fazê-la sentar na cadeirinha. Mas, na maioria do tempo aproveitou bem. Perguntando tudo, fazendo comentários engraçados, participando das brincadeiras e dormindo bastante! Afinal o sonífero do carro também funciona em terras estrangeiras.
Dicas: Leve todas as coisas importantes na frente com você no carro. Coisas como leite, biscoito, frutas, suco e brinquedo. Assim, se você precisar dessas coisas durante a viagem não precisa parar o carro para resolver. Sempre que fizerem alguma parada, aproveite para o trocar a criança, assim você evita vazamentos durante a viagem.
Hospedagem
Nós ficamos a maior parte do tempo em um apartamento que dividimos com meus pais. O apartamento é bem maior que um quarto de hotel, então a Gabi tinha bastante espaço para se espalhar e brincar quando estávamos em casa. Sem contar que tinha cozinha completa e por isso às vezes jantávamos em casa.Tudo isso fez com que parecesse ainda mais com uma casa normal. Tão normal que a Gabi dizia que estava na casa da vovó. Fizemos uma pequena viagem para uma outra cidade e lá ficamos hospedados num hotel. Foi mais complicado mantê-la presa no quarto de hotel. Sorte que foi somente 1 noite. Não sei como ela se comportaria se tivesse que ficar a viagem toda num hotel. Lá ela só perguntava quando voltaríamos para a casa da vovó.
Dicas: Se for possível fique hospedada num apartamento. Ou até mesmo num apart hotel. Só o fato de ter uma cozinha já facilita bem as coisas. Tínhamos sempre sucos, frutas e iogurte na geladeira e sempre que possível preparávamos a comida da Gabi em casa. Ela não come muito bem como vocês sabem, então se a gente puder facilitar, melhor.
Alimentação
Apesar da minha irmã ter pedido comida especial para a Gabi no avião, eu não contei com isso mesmo. Levei biscoito, leite e chocolates. Na volta tinha até suco no copinho dela que eu tinha esquecido de esvaziar e não teve problema nenhum. Pensei que teríamos problema por causa da restrição a líquidos que existe, mas o pessoal do aeroporto só nos pediu para provar o suco e nos liberou. Ela nem quis olhar a comida do avião. Comeu o pão, um biscoito, tomou suco e só. Durante a viagem eu sempre levava na bolsa coisinhas para ela, mas em todos os lugares que comemos existiam opções legais para ela. Mas, como ela não come muito bem, nem sempre ela aceitava. As sopas e o macarrão eram mais bem aceitos, mas nem sempre.
Dicas: Não se estresse! Você está viajando para relaxar. Se a criança não quer comer comida, de um biscoito, uma fruta, um suco, um iogurte. Se ela quer comer só o arroz, deixe. Ela não vai morrer de fome e ficar brigando toda hora vai tornar a viagem bem chata. Eu comprei uns saquinhos de M&M, que ela adora, e dizia para ela que ela só poderia comer se antes comesse um pouco da comida. Às vezes funcionava, mas às vezes nem isso a fazia comer. Paciência, não se pode ganhar todas...
Comendo sopinha. Neste dia ela raspou o prato!
Trocando fraldas
Eu já fazia esta tarefa com rapidez, mas durante a viagem me aprimorei bastante. Troquei fraldas em lugares bem inusitados como banco de praça. E fiquei craque nas trocas em cima da tábua do vaso sanitário. Preciso dizer que ela também me ajudou bastante. Parece que entendia que eu estava precisando de ajuda. Só precisei trocá-la no avião 2 vezes. Uma vez era só xixi e troquei na cadeira mesmo e depois levei a fralda suja pro banheiro. Na outra vez, era número 2, mas o avião ainda estava parado para as pessoas embarcarem, então troquei no banheiro com calma. Não precisei trocá-la durante o voo no banheiro, então não sei dizer se é fácil. Mas, fazer xixi sozinha naqueles banheiros não é fácil, então imagino como seria trocar uma criança...
Dica: Tenha sempre na mochila lenço umedecido e seus derivados, como lenço para limpeza do rosto e mão (sem álcool e não agride a pele do bebe) e lenço para limpar chupetas. Não é sempre que você vai encontrar um banheiro limpinho e prático para usar e esses lencinhos salvam vidas!
Viajando em grupo
Se você estava acostumada a fazer aquelas viagens onde se conhecem mil lugares num só dia a pé, isso não te pertence mais. Mesmo que você tenha a criança mais legal do mundo (e eu descobri que tenho!!!!) ela precisa de muito mais tempo para fazer as coisas mais simples. Se ela quiser usar o carrinho, você vai precisar catar os elevadores em todos os lugares que for, ou ter força e disposição para carregar o carrinho com ela. Mas, no passeio, você vai conseguir um ritmo mais rápido. No entanto, crianças com 2 anos não querem mais ficar presas no carrinho. Então, você vai ter que andar no ritmo dela ou carregá-la no colo quando ela cansar. Como estávamos num grupo grande, tinha sempre alguém com disposição para carregá-la, mas como queríamos que ela usasse o carrinho quando quisesse descansar pedimos a todos que não dessem colo a ela. Mas,ela é muito safada e ia cheia de dengo dizendo que estava com a perna doendo. Quem resiste? O bom é que normalmente a gente volta mais gorda das viagens e dessa vez eu tenho certeza de que consegui manter o meu peso e voltei mais forte!
O grupo precisa estar ciente de que existe uma criança para que não ocorram desentendimentos. Às vezes a gente tem que parar o passeio para procurar um banheiro na emergência. Às vezes a gente demora mais tempo que o normal no passeio porque passou por um cachorro no caminho. Às vezes a gente não consegue cumprir o horário de saída porque a criança se recusa a vestir a meia calça. No nosso caso, o grupo era de pessoas mega queridas, então não tivemos problemas. Mas sempre deixávamos claro que existia a opção deles continuarem o passeio e que nós os encontraríamos assim que possível.
Se você está acostumada a viajar com a sua bolsa super equipada com óculos escuros, maquiagem e afins vai ter que aprender a viajar com menos coisas. A não ser que você queira carregar mil bolsas a cada passeio. Porque a criança precisa de uma mochila para as coisas dela e eu se fosse você arrumaria um cantinho nessa bolsa para o seu dinheiro e protetor labial. Mas, a gente já descobre isso assim que tem um filho, né? Não precisa viajar pra isso...
Dicas: Pense bem se precisa mesmo levar o carrinho. No nosso caso ele só foi usado quando ela dormia durante o passeio. Fora isso ele virou um carrinho de bagagem. Mas, como ela já está bem pesada ele foi imprescindível para continuarmos o passeio enquanto ela dormia. Mas, se a criança for menor, acho que um sling ou aqueles cangurus são opções melhores.
O grupo em Fátima. Faltou o tio Marcelo que tirou a foto.
Tirando uma soneca.
Mas acordou a tempo de conhecer o Palácio da Pena ou a Casa da Princesa.
Compras
Lembra quando você viajava e podia passar horas nas lojas pesquisando e provando coisas para você? Agora você entra primeiro nas lojas infantis e, se sobrar tempo, da uma corridinha na loja que você gosta, olha tudo rápido e compra as coisas sem provar torcendo para que caibam. Eu e marido nos revezávamos para que cada um pudesse ao menos olhar as coisas que tínha interesse. Mas, na maior parte do tempo foi nessa correria mesmo.
Dicas: Deixe para fazer compras perto do horário que a criança costuma dormir. Enquanto ela está dormindo no carrinho você tem mais calma para passear nas lojas.
Compras com calma só se for para ela.
Ficamos um tempão na livraria Lello e Irmão no Porto enquanto ela brincava com todos os livros.
Passeios
Quando estávamos montando o roteiro eu fiquei com medo dos dias se tornarem muito chatos para ela. Tentei colocar entre um museu e um ponto histórico alguma coisa que ela pudesse gostar. Mas, tenho que dizer que essa preocupação foi bobeira. Ela adorou todos os passeios e participou de tudo! O bom é que eles têm interesse nas coisas mais simples. Quando nós estávamos cansados esperando o trem, ela estava empolgada porque ia andar de trem! Mas, não custa nada encontrar um parquinho de vez em quando, né?
Tudo bem, eu vou conhecer os pontos históricos.
Torre de Belém, Lisboa.
Mas deixa eu brincar no parquinho também.
Gaia, Porto.
Também podemos ir ao Museu do Brinquedo, né?
Sintra
Esperar o bonde também é divertido.
Porto
Como esse post já ficou muito grande, eu vou deixar para contar as gracinhas dela num outro. Eu fiz um diário da viagem, contando principalmente as coisas relacionadas a ela e anotei todas as gracinhas. Acho que ela vai gostar de ler quando crescer...
Gabi com 2 anos.